sexta-feira, 15 de maio de 2009

Rui Trovão faz firma para salvar os bens, tentando escapar ao pagamento das dívidas


Já depois de revelado o desvio de 1,7 milhões de euros de clientes da Contibatalha, Rui Trovão, criou a empresa Limasotro – Compra e Venda de Imóveis SA, com a mulher, a irmã, o cunhado (ex-GNR) e uma sobrinha, a 30 de Abril de 2009, para tentar pôr os seus bens a salvo.
Para subscrever o capital social da nova firma, no valor de 113 830 euros, o casal optou por fazer a entrega dos bens móveis e imóveis – a que foi atribuído o valor de 110 830 euros –, sendo o capital social completado com três mil euros em numerário, subscritos em partes iguais por uma irmã de Rui Trovão, pelo seu marido – um ex-cabo da GNR que chegou a comandar o posto da Batalha e que agora tem uma agência de mediação de seguros – e por uma filha deste casal
.
Excerto da escritura

- Conjunto de imagens religiosas – Nossa Senhora, Sagrado Coração de Jesus, Santo António, Sagrada Família, Virgem Milagrosa, Menino Jesus de Praga, Santo Onofre, expositores e cadeira de meditação – 500,00 euros

No dia 15 de Maio de-2009 a nova empresa fez um aumento de capital no valor de 50. 000 euros
Porém, a escritura pode ser impugnada por qualquer das vítimas da burla e os bens vendidos para pagar as dívidas.
O primeiro negócio da firma, foi a compra da sapataria da mulher de Rui Trovão no Centro Comercial Rino & Rino.
Os funcionários da Contibatalha estabeleceram-se por conta própria e criaram duas empresas de contabilidade e gestão – a 4-5-2009 a Balanço Seguinte – Contabilidade e Gestão, Lda. e a 11-05-2009 Balancêxito – Contabilidade e Gestão, Lda.

Se não participaram na tramóia do patrão, que tenham muito sucesso.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Ismael Pimentel e Mário Peças

A actual administração da Gebalis descobriu em Junho de 2008 que pagou 38 mil euros a um funcionário-fantasma no dia em que Jorge Lopes ligou para a empresa a dizer que não pagava impostos por trabalhos que nunca fez. E a contabilidade da Gebalis, que descobriu provas dos dois cheques de 19,6 mil euros e 18,8 mil euros, chamou a Judiciária.


Jorge Lopes. Desempregado, com a 4ª classe meteu os pés pelas mãos na PJ: nem sabe explicar quantas obras o mandaram fiscalizar, nem diz onde, ou que obras eram.
O pior é que Jorge Lopes nunca terá visto um tostão – segundo a PJ este foi um esquema "de Mário Peças e Ismael Pimentel para retirarem mais de 38 mil euros ao erário público".

Mário Peças, entretanto constituído arguido, diz que precisava na altura de um fiscal de obras "secreto", à revelia da Gebalis. Por isso pediu ajuda ao amigo Ismael.

Ismael Pimentel justificou ter os 38 mil euros na sua conta, que seriam do trabalho ‘secreto’ de Jorge Lopes para o amigo Mário Peças, da Gebalis, com o facto de este lhe dever dinheiro. Mas o ex-deputado não sabe quanto, nem tem provas das dívidas: nada está escrito, não há qualquer registo. Simplesmente emprestou dezenas de milhares de euros a um homem, que conheceu quanto este deu apoio numa campanha do CDS-PP, "acompanhando a viatura de propaganda sonora". Auxilia-o, mandando-o fazer recados às finanças, aos bancos ou tarefas agrícolas


PORMENORES
Mário Peças
tem 67 anos. Fez carreira profissional na Banca. Ligado ao PS, foi nomeado administrador não executivo da Gebalis em 1995 e reconduzido em 2003. Em 2004, acabou por ser nomeado administrador executivo da empresa.
Arguido no processo judicial Gebalis, gastou, segundo o despacho de acusação, 'uma média aproximada de dois mil euros por mês em refeições que acresceram ao abono para alimentação que recebia mensalmente.


Ismael Pimentel, 48 anos, militante do CDS-PP, empresário, vice-presidente da distrital de Lisboa e deputado na bancada democrata-cristã na Assembleia Municipal da Amadora (Lisboa).
É o candidato dos democratas-cristãos à presidência da Câmara de Beja nas autárquicas deste ano.





Ramiro Raimundo Presidente da Oleocom

Ramiro Raimundo, que estava desde 2007, no conselho fiscal do banco Finantia, apresentou a sua renúncia ao cargo numa carta data de dia 23 de Março, na qual alegava que a sua saída era justificada por motivos pessoais. Dois dias depois, a Silos de Leixões pediu a insolvência da Oleocom, empresa da qual o gestor é presidente executivo. No início de Abril, foi a vez do Banif pedir a insolvência pessoal de Ramiro Raimundo, uma vez que este é avalista de um empréstimo de cerca de 8 milhões de euros concedido pela instituição bancária à empresa.
Os accionistas da Oleocom, a maior importadora nacional de cereais com sede na Marteleira (onde possui uma linha de embalamento de óleos alimentares) e com uma unidade de fabrico de óleo de soja nas instalações da Valouro no Ramalhal, não sabem do paradeiro de Ramiro Raimundo, presidente do conselho de administração da empresa, que está incontactável desde Março.

Accionistas da Oleocom:
José António Santos dono do grupo Valouro e o irmão António José Santos detêm mais de 50%
Manuel Ferreira e Adelino Ferreira, accionistas e administradores da Promor, empresa abastecedora de produtos agro-pecuários
Ramiro Vieira Raimundo (20%) presidente do conselho de administração da empresa

Produção parada e 46 trabalhadores em risco de ficar sem emprego.
Devido à falta de matérias-primas e pelo facto de o seu administrador executivo estar incontactável desde 23 de Março, a actividade da Oleocom foi suspensa quer na fábrica de extracção de óleo de soja de Torres Vedras, quer na linha de embalamento que a empresa tinha também em instalações da Valouro, na Lourinhã.
A Oleocom tem dívidas superiores a 140 milhões de euros aos bancos, a quem recorria para obter financiamento para comprar matéria-prima, e a fornecedores, como a Silopor (1,3 milhões de euros), principal empresa portuária portuguesa de descarga e armazenagem de granéis de produtos alimentares.
A Valouro, reclama uma dívidas de "cerca de 10 milhões de euros, e a Silos de Leixões, reclama uma dívida que "ascende aos 500 mil euros".
A Oleocom importava cerca de um milhão de toneladas de cereais por ano, do total de quatro milhões importados por Portugal e em 2008 o volume de facturação foi de 412 milhões de euros.

SILOPOR - Empresa de Silos Portuário, S.A.
empresa estratégica em processo de privatização

Num país onde cerca de 85% dos cereais que se consomem são importados, os lucros da Silopor ascenderam a 2,1 milhões de euros.

As importações por via marítima totalizaram, em 2008, 4,7 milhões de toneladas através do porto de Lisboa, tendo a restante quantidade sido distribuída pelos portos de Leixões, Setúbal e Aveiro. Das importações marítimas, a Silopor continuou a deter uma quota de 52%.
A Silopor tem 150 trabalhadores e movimenta 62% das reservas alimentares portuguesas, passando pelos seus silos cereais directamente relacionados com pão, bolachas e massas e indirectamente relacionados com rações animais.

Terminal portuário da Trafaria dispõe de uma capacidade de armazenagem de 200.000 toneladas e é considerado um dos terminais de granéis mais sofisticado da Europa. Está equipado com 3 descarregadores pneumáticos com uma capacidade nominal de 3 x 1.000 toneladas por hora, implantados numa ponte-cais com capacidade para receber navios até 220 metros de comprimento, podendo dois deles ser operados em simultâneo.