segunda-feira, 6 de abril de 2009

Tranquada Gomes e Coito Pita

Estes dois deputados são membros da direcção do grupo parlamentar regional. Coito Pita é presidente da 1.ª comissão (Política Geral) e demitiu-se recentemente de vice da bancada.
Tranquada Gomes é presidente da comissão de Regimento e Mandatos.
Contactado pelo PÚBLICO, Coito Pita afirmou que apenas disponibilizou "espaço arrendado do escritório para a sucursal financeira" do Banco Efisa e confirmou que Tranquada "é que é o advogado de Abdool Vakil para os negócios na região".A escritura de criação da representação permanente do Banco Efisa SA (Sucursal Financeira Exterior), indica como "local de representação" a sede daquela sociedade de advogados madeirenses que, por não estarem sujeitos ao regime nacional de incompatibilidades e impedimentos dos deputados, podem fazer negócios e prestar serviços ao Governo Regional em simultâneo.O Banco Efisa, sem qualquer balcão no Funchal, tem sido contratado pelo Governo Regional da Madeira para montar e liderar operações de financiamento para empresas regionais de capitais públicos. Sem concurso público, aquela instituição do grupo BPN foi escolhida para concretizar a emissão de cinco empréstimos obrigacionistas, no montante total de 190 milhões de euros, para financiamento de quatro sociedades de desenvolvimento e uma de parques empresariais, criadas para contornar a norma de endividamento zero das regiões autónomas.
Além destes empréstimos, a Madeira contratualizou, através das sociedades de desenvolvimento regionais, outras 5 operações de financiamento no valor global de 125 milhões de euros, negociados com os bancos Efisa e OPI, pelo período de 25 anos
Entre várias outras operações, em 2005 o BPN efectuou também a reestruturação do passivo bancário da Empresa de Electricidade da Madeira, sociedade de capitais públicos totalmente detidos pela região, com um financiamento de 220 milhões de euros.
(Público, 26 Novembro 2008
)

Artur Alho

Gerente do BPN de Gondomar, é suspeito de ter desviado 2,5 milhões de euros da conta de seis clientes, tendo, por isso, simulado o seu suicídio.
A 25 de Março de 2009, decidiu desaparecer sem deixar rasto deixando o carro em cima da ponte da barragem de Crestuma, com quatro piscas ligados e a carta de despedida que deixou, foi uma encenação para poder fugir. Diligências feitas pelas autoridades e buscas no rio Douro viriam, no entanto, a afastar a hipótese de o homem se ter atirado ao rio, na noite de quarta-feira.
Segundo o Correio da Manhã o bancário está vivo, fora do País – e já foi localizado pelas autoridades policiais.
A família de Artur Alho tem negócios de madeiras no concelho de Gondomar e a mulher, Rosa Maria trabalha numa dessas empresas, habitando uma luxuosa moradia na Foz do Sousa e cercada por muros.

Artur Alho já foi localizado fora do país e deve ser extraditado

Óscar Silva


Após os bons serviços à frente da Credifin no Porto, foi convidado a formar a Créditus em 1998. Em 2000, foi considerado o “funcionário do ano”, ao apresentar resultados extraordinários. Para o premiar, Oliveira Costa entregou-lhe a BPN Seguros e a Real. Óscar Silva, inebriado com os lucros fáceis que lhe permitiam fazer fortuna pessoal, reunia os parceiros da administração da BPN-Créditus em casas de alterne portuenses, em memoráveis noitadas que animaram boîtes como o Calor da Noite ou a Taverna do Infante, à época propriedade do seu amigo Reinaldo Teles. O irmão do ‘vice’ portista foi um dos empresários que teve conta na BPN Créditus.
Foram várias as irregularidades detectadas até 2001 – altura em que foi demitido de todos os cargos.
Óscar Silva celebrou em Abril de 2003 um acordo com o BPN, para evitar perseguição criminal, comprometendo-se a compensar o banco pelos milhões em falta. Entregou alguns bens e participações, incluindo uma valiosa colecção de arte, mas nunca chegou a cumprir com a maior parte do que acordou. Apesar disso, Oliveira e Costa não avançou com qualquer queixa. Em vez disso, enviou para o Porto o genro, João Abrantes. A administração que lhe sucedeu, liderada por Abdool Vakil, também não consumou qualquer denúncia, apesar de ter recolhido e compilado os elementos que alegadamente indiciam Óscar Silva como o mentor da fraude nortenha. E foi Miguel Cadilhe, que ao deparar com este dossiê e, perante um buraco de 50 milhões de euros, resolveu mesmo levá-lo aos tribunais.
Óscar Silva, em Junho de 2006 acompanhou Vítor Pinto da Costa, (nome então desconhecido na aviação) integrando um grupo luso canadiano Longstock Financial com investimentos nas áreas do turismo, aviação, casinos, banca, gestão aeroportuária, petróleo e futebol e adquirem à família Mirpuri a Air Luxor Holdings, detentora da Air Luxor S.A., Air Luxor GB, Air Luxor STP e Air Luxor Tours. Após a compra a companhia aérea foi profundamente reformulada em termos de organização estrutural e financeira, acabando por no mesmo ano, abrir processo de falência.

Vítor Pinto da Costa surge depois como líder do grupo Biorecolhe, que se envolveria mais tarde na ATA Aerocondor, que perdeu em 2008 a licença de exploração aérea, ficando as rotas que operava no nordeste transmontano para a Aeronorte. Curiosamente, a Biorecolhe afirma ter a sua sede na Avenida Mário Sacramento, em Ílhavo, no mesmo número onde se situa um hotel de quatro estrelas. Vítor Pinto da Costa, acompanhado de Óscar Silva, mostrou-se interessado, nesse mesmo Verão, em comprar aquele hotel.
Nessa altura, os dois associados foram também acompanhados por um técnico de contabilidade que rapidamente se afastou do duo, por entender que poderiam estar em marcha negócios pouco claros. O próprio hotel, de resto, caracterizava-se pela presença de mulheres supostamente prostitutas.
Discreto na Air Luxor, Óscar Silva aparece todavia numa reunião com o presidente da Aigle Azur, quando esta companhia decide avançar para tribunal reclamando 1,2 milhões de euros de dívidas e danos causados.
Óscar Silva já era nessa altura dono de um património invejável, que passava por várias sociedades e empresas offshores.

Mais um processo para a gaveta? A Justiça não actua?

Curiosidades
António Quicanga, ex-boxer do Boavista e arguido em diversos processos por casos de violência, designadamente tentativas de homicídio, era o homem de confiança de Óscar Silva. Durante muito tempo, aquele foi, para além de seu braço-direito e seu segurança pessoal, funcionário da BPN Créditus, com "estatuto especial". Auferia ordenado fixo, pertencia à estrutura do banco, mas não tinha horário nem ordem de trabalho. Era sim o “cobrador”, o indivíduo que conseguia que os pagamentos mais difíceis se concretizassem, com recurso aos meios que fossem necessários.
António Quicanga, angolano, é uma personagem conhecida no mundo da noite portuense. Ligado a ginásios e claramente conotado com uma das facções do controlo da noite, sempre circulou com grande impunidade. Em 2005, foi preso por tentativa de homicídio, mas foi libertado a dias da leitura da sentença, por não se ter feito a apresentação de prova. O procurador do julgamento ainda protestou. "Assim é impossível fazer justiça", disse, depois de dezenas de testemunhas darem o dito por não dito e todas terem em comum uma grande dose de esquecimento.
Um dos momentos mais complicados para Óscar Silva ocorreu quando Quicanga se envolveu aos tiros com os seguranças da discoteca Penthouse, de que Óscar Silva era também proprietário, embora através de empresas offshore por si constituídas.
Esta amizade com o angolano veio, no entanto, a mudar radicalmente de sentido, mercê das rivalidades entre grupos que lutam pelo domínio do mercado da segurança nos locais de diversão nocturna portuense.
Óscar Silva chegou inclusivamente, a apresentar duas queixas na Polícia Judiciária do Porto contra Quicanga, acusando-o de tentativas de extorsão.

Virgilio Sobral de Sousa

Ex-vereador do Partido Socialista na Câmara da Amadora.
Sócio gerente da empresa que geria o CET (centro de exames de condução de Tábua), arguido na mega fraude de emissão de cartas de condução. Vendiam em "pacote" a candidatos da Madeira viagem ao Continente, alojamento e "carta garantida" por 4 000 Euros.
Sócio de Jorge Silvério da empresa Serbro Construções Imobiliárias, empresa da Amadora que em 2007 mudou a sua sede para o Funchal.
Durante a investigação judicial, foram captadas nas escutas telefónicas conversas com o seu advogado António Preto, lider do PSD - Lisboa a entrega , em 2002, 39 956 euros em notas e moedas acondicionadas em malas, que serviram para pagar a campanha eleitoral deste.