Ex polícia barricou-se no escritório do seu advogado desde as 14h30, de sexta feira, 6 de Fevereiro em Constance, Marco de Canavezes até à madrugada de sábado, protestando contra o mandado de captura a que foi sujeito.
«O tribunal de Marco de Canavezes pretende internar-me na colónia penal de Santa Cruz do Bispo na psiquiatria [Porto]. O tribunal entende que eu estou doente, porém tenho estado a ser vigiado por vários médicos e por peritos nomeados pelo tribunal em vários processos. Quer uns quer outros são unânimes a dizer que sou uma pessoa com saúde. Imputável», disse.
Manuel Ferreira explicou a razão por que deseja ser considerado imputável. «Tenho denunciado factos relacionados com magistrados, factos esses gravíssimos de que tenho provas. O tribunal quer encobrir isso. A única maneira de me calarem é darem-me como inimputável».
O advogado Vítor Pinto Moura, que também estava no edifício, acrescentou que o seu cliente «tem vários processos judiciais que implicam magistrados judiciais» e que ao ter denunciado essas práticas, «tem sido alvo de crimes de difamação contra os magistrados envolvidos».
Disse ainda que a pessoa barricada iniciou estas denúncias depois de ter «sido injustiçado num outro processo em que ficou sem receber seis meses salário, por causa de uma insolvência dolosa de uma empresa».
Relativamente por esta ordem de detenção ter surgido sexta-feira, inviabilizando qualquer contestação em tribunal antes de segunda-feira à ordem de detenção e internamento compulsivo, o advogado diz temer pela saúde do seu cliente, sobretudo Vítor Pinto Moura relata uma conversa com um médico que mandou suspender a medicação durante o anterior internamento do arguido, no departamento de psiquiatria de Amarante, que durou pouco mais de um mês.
"A conversa do médico que recordo foi esta: nem no estabelecimento prisional de Santa Cruz do Bispo, para onde foi agora conduzido o arguido, os internados mais graves e mais perigosos estão sujeitos a um tal "cocktail" de medicação", referiu o causídico.
O advogado acrescentou que, devido a estes factos, foi apresentada uma queixa-crime contra o médico responsável pela referida medicação.
Reconheceu "que o arguido tem sido considerado sistematicamente inimputável e perigoso", mas afirma que isso se deve ao facto de ter provas e documentação suficientes que provam os factos de que acusa os visados de terem sido corrompidos pelos ex-sócios da Vimarix empresa de malhas e confecções onde o ex-agente trabalhou cerca de seis meses e que teve uma falência fraudulenta.
"O meu cliente quer ser considerado imputável para ser julgado sobre esses factos e quer que essa prova seja apreciada em julgamento", concluiu o causídico.
Expresso 7 de Fevereiro
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